sábado, 1 de outubro de 2011

MARCELO TAS: uma conversa com GILBERTO DIMENSTEIN

Quando lemos uma biografia, nos prendemos à vida, aos fatos históricos da época do biografado e outros relevantes do homenageado. Mas podemos dizer que uma Biografia pode ir um pouco mais: nos fazer pensar, nos fazer refletir. Recentemente a Papiros lançou “É rindo que se aprende”, que vai mais que escrever sobre alguém, mas um bate-papo com Gilberto (gênio) Dimenstein. Numa conversa gostosa e uma linguagem fácil, nos divertimos no aprendizado do ser MARCELO TAS.
A máxima de ‘fazer do mundo o quintal de nossa casa’ é o que move e fez do apresentador do CQC da Band, ser o que é. De Ituberava para o mundo [...].
O mote da vida do apresentador para entretenimento e profissão sempre foram: a educação e a diversão. Filho de professores, vivendo com o intuito de aprender, Tas faz da liberdade seu primordial objeto de expressão, desde física – a infância onde vivera, a pensante. E essa liberdade tem tanta força que a chegada de sua primeira televisão em casa e também a chegada do homem à Lua tem uma passagem hilária: ao ficar extasiado com o grande feito – pois esse garoto já vira longe, ao compartilhar com uma tia o episódio do astronauta, vê-se firme, pois a mesma no seu jeito simplório diz que fora tudo mentira porque passou a noite inteira no terreiro de casa olhando para o céu e não vira ninguém chegar até lá. Para esse menino de Ituberava, a TV e o poder de alcance que teria já o traria o querer mais e mais.
Perguntado sobre a negação de certos professores a nova tecnologia, Tas argumenta com maestria e humor que a geração 70 e 80 foram os primeiros a fazer o control c – control v quando os alunos eram obrigados a fazer download de lousas enormes, e não se dão conta disso. ‘Éramos robôs para armazenar informações’ - diz. Era mais importante saber a tabela periódica do que entender a química dos objetos estudados; pois o interagir nos estudos e principalmente na tecnologia ficava em último plano e infelizmente negar o novo, o desconhecido parecia mais fácil que abraçar a idéia, que compartilhar.
Junto ao aprender e a diversão, vem a disciplina na vida do apresentador e, isso fica mais evidente com a ida para a aeronáutica. Mas não num sentido pejorativo, mas de auto-disciplina, de responsabilidade; qual muito bem utilizada na tecnologia, teatro e TV. No engenhoso mundo da POLI, na exacerbada cultura no Antunes Filho e a chegada na televisão, fez do apresentador sua veia fomentada pela informatização/informação/formação.
O ‘pedagogo’ Tas, na sala de aula. Não para fazer uso do cuspe e giz, mas para usar o lúdico e fazer do papel de educador não um escapamento de informação, mas sim, um formador de opinião, levando questões cotidianas para seus aprendizes. Marcelo Tas abrange públicos desde a Educação Infantil – vide Ra tim bum, até o Ensino Fundamental e Médio no Telecurso. Alguns pedagogos mais tradicionais temiam que essas aulas não virassem videoclipe até perceberem que a informação pode chegar ao aluno por todos os meios possíveis e melhor: questionador. Da POLI para a ECA e a oportunidade de levar o lúdico para a informação, faz de Tas um Educador.
Quando o assunto é a interatividade tecnológica, o biografado é um dos pioneiros a fazer uso dessa parafernália e a atingir um número expressivo de seguidores no diálogo dessa ‘bagaça’ e, segundo o entrevistador do ‘É rindo que se aprende’ “o mundo virou uma grande comunidade de aprendizagem” e a personalidade Tassiana já era instrumento para que esse apresentador fosse o que já o é: um cidadão pensante.
Caro leitor, se você tiver a oportunidade de ler essa obra, verá que aprender é muito mais que aprender: é apreender, verá também que se já éramos fãs, podemos ficar um pouco mais; porque Marcelo Tas além de carregar uma bagagem cultural que só tende a nos ensinar, tem uma coisa mais valiosa que todos esses requisitos juntos: simplicidade. Parabéns e prazer em ler e conhecer, por Gilberto Dimenstein, MARCELO TAS.

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